quinta-feira, outubro 25, 2007

Só damos valor quando perdemos



Eu já sabia disto, mas cada vez me convenço mais da sua veracidade: só damos valor às pessoas quando as perdemos. Mais ainda me assusta pensar naquelas que são incapazes de serem superiores ao seu próprio orgulho, sob pena de perderem quem realmente pode valer a pena. Sou e sempre fui da opinião que as coisas são para serem vividas quando têm de ser, quando nos sentimos capazes e conscientes e as pessoas de serem estimadas e de fazermos por as perpectuarmos na nossa vida se, de facto, valem a pena.

A experiência de trabalhar com adultos tem mexido um bocado comigo, sinto-me uma esponja a absorver cada gota de água que se lhe é salpicada, sinto-me desafiada. É normal, faz parte do habitual percurso da paixão, da novidade, neste caso adaptado à minha actual situação profissional. Com o tempo virão os problemas e as adversidades, o cansaço, a rotina e a habituação às pessoas e aos espaços. O que hoje é imprevisível, amanhã é só mais uma confirmação, é mais um item a acrescentar à ideia que já formei em relação àquelas pessoas. Que isto faz parte da vida já todos sabemos e que muitas são as pessoas que entram e saem e poucas são as que permanecem, também não é novidade para ninguém, mas assusta-me a ideia de perdermos apenas porque as não soubemos estimar na altura certa. E depois do adeus esforçamo-nos para que o sentimento de culpa nos abandone para podermos continuar a viver bem connosco próprios. A semana passada dizia-me uma pessoa que o fracasso dos nossos projectos é culpa de uma só pessoa: nossa. E não vale a pena estarmos a arranjar outras desculpas, nem a culpar terceiros. Eu percebi o que ele me disse. A culpa é e será sempre nossa na medida em que não fizemos como devia de ser a parte que nos competia. Falhámos, fracassámos. Por isso, fica o conselho para mim e para todos porque é muito desagradável um amargo de boca destes...

1 comentário:

José Eduardo disse...

"A culpa é e será sempre nossa na medida em que não fizemos como devia de ser a parte que nos competia." O grande problema é as pessoas não aceitarem isto. Só podemos evoluir quando erramos, pois é com os erros que se aprende. Não somos perfeitos e temos de lidar com o facto de que nem sempre acertamos.