sexta-feira, maio 30, 2008

Gajas


É sabido e reconhecido que as mulheres por norma são observadoras e atentas aos pormenores. Sei também que desenvolvi pouco esta competência feminina e reparo apenas naquilo que está gritantemente diferente. Ontem assisti a este episódio hilariante.
- Uau rapariga! Estás tão bonita - dizia uma colega da escola para uma aluna. Eu olhei de imediato para a rapariga, loucamente à procura desta diferença merecedora de tamanha exclamação, mas de facto a miúda estava exactamente igual a todos os dias (achava eu).
- Obrigada, professora. - respondeu ela com um sorriso tímido. Se ela confirmava a afirmação é porque certamente ela tinha alguma coisa nova, eu só não conseguia perceber o quê!
- Onde é que arranjaste a sobrancelhas? - as sobrancelhas?? A sério? Não chegava mesmo lá, mas eu não noto nada (pensei de imediato).
- Fui à cabeleireira.
- Estão muito bonitas, parabéns - rematou a minha colega. Eu sorri e acenei que sim, só numa de concordar.

quinta-feira, maio 29, 2008

Estás aí?


A existência de algo superior não é e (creio) nunca será consensual. Uns acreditam, outros nem por isso, mas a ideia da Sua existência não deixa de incomodar muita gente, principalmente àqueles que não o assumem como real. Para muitos que não crêem é a possibilidade de existir algo ou alguém que nos conhece de trás para a frente e nos sabe como ninguém. Sabe todos os nossos passos e, pior ou melhor ainda, sabe as nossas intenções. Para quem o assume é um apoio que se procura, é a certeza que se Ele é Pai, só quererá o melhor para os seus filhos e, nunca interferindo na liberdade humana que um dia nos concedeu, encaminha-nos no sentido da felicidade. Já muitos passaram por esta situação, num mau ou num bom momento (por norma nos maus porque quando estamos bem não precisamos de mais nada) ou apenas num momento em que nos deixamos questionar. "Estás aí?"

terça-feira, maio 27, 2008

O caminho mais fácil


Sempre me incomodou a ideia que o caminho mais fácil é sempre o pior. Que tudo o que se constrói de bom é, à partida menos tentador. Eu compreendo a aplicação desta regra se pensarmos naqueles que optam por estudar, entrar numa faculdade e fazer um curso superior. Sim, compreendo que seja uma ideia que assuste, que as pessoas não queiram dispender dos seus fins-de-semana e que, consequentemente, seja mais aliciante deixar a escola e começar a trabalhar. A ideia da independência e de um ordenado no final do mês é um argumento muitas vezes complicado de combater. Não compreendo a aplicação desta regra a uma opção de vida com drogas e excessos de alcool e tabaco. Não vejo de que forma possa esta ser uma opção mais tentadora. Será pela necessidade de pertença a um determinado grupo? Será pelas aparentes sensações que estas drogas prometem? Não consigo ver esta opção de vida como "a mais fácil" como tantas vezes se diz. É sabido que a sociedade enfrenta uma grave crise social e que todos os problemas que se sentem a vários níveis advêm deste problema social onde se perdeu a noção de valor ou responsabilidade. É uma situação que se começa a sentir agora, mas estou certa agudizar-se-á com o tempo porque, de facto, poucas pessoas há que se empenham para ultrapassar esta situação. Não sei qual é o caminho mais fácil ou mais difícil. Acredito que este julgamento deverá ser feito tendo em consideração todas as variáveis implicadas e não só aquelas que saltam primeira à vista. Agrada-me uma perspectiva de vida feliz a curto, médio e longo prazo. Parece-me, claramente, "a mais fácil" e a mais aliciante. Só temos de a descobrir.

segunda-feira, maio 26, 2008

Intervalo


Já há algum tempo ouvia esta música na rádio e só ontem a consegui encontrar. Fica no ouvido, gosto muito dela, por isso não posso deixar de a aqui partilhar. Per7ume e Rui Veloso:

Vida em câmara lenta,
Oito ou oitenta,
Sinto que vou emergir,
Já sei de cor todas as canções de amor,
Para a conquista partir.

Diz que tenho sal,
Não me deixes mal,
Não me deixes…

No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Notícia do jornal
O quadro minimal… Sou eu…

Vida à média rés,
Levanta os pés
Não vás em futebois, apesar…
Do intervalo, que é quando eu falo,
Para não me incomodar.

Diz que tenho sal,
Não me deixes mal,
Não me deixes…

No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Notícia do jornal
O quadro minimal… Sou eu…

Não me deixes já
A história que não terminou
Não me deixes…

No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Notícia do jornal

O quadro minimal… Sou eu…
No livro que eu não li,
No filme que eu não vi,
Na foto onde eu não entrei,
Noticia do jornal
O quadro minimal… Sou eu…

domingo, maio 25, 2008

Expressão

Se a felicidade tivesse um rosto certamente seria este teu. Se pudesse catalogar e emoldurar a expressão de realização, não escolheria outra que não esta. O estado feliz de alma, o que vai de verdadeiro no coração, espelha-se desta maneira tão espectacular que é impossível não contagiar quem para ela olha. É como um virús bom que invade as pessoas que coisas positivas e esperanças. Haja alguém que dê bom testemunho que mostre abertamente que a felicidade existe e é experimentada.

sábado, maio 24, 2008

Hoje


Hoje se pudesse cruzar-me-ia apenas com gente gira e interessante. Com sorrisos sinceros e pessoas que transmitissem energias positivas. O respeito imperava entre todos, ninguém se chateava ou mal interpretava o próximo, todos conseguiam ver mais além. Este não seria mais um dia como tantos outros, mas o dia em que a tolerância e a simpatia eram palavras de ordem. O amor era espelhado e transmitido sem medos ou limites. Hoje se pudesse saia como é hábito à rua, mas com a certeza que tudo é bom e vale a pena. Que nada há a temer.

sexta-feira, maio 23, 2008

Chuva de ideias


Penso, logo existo.
Porque há momentos de profunda reflexão.

quinta-feira, maio 22, 2008

terça-feira, maio 20, 2008

Corpos de sonho


Gosto da companhia do rádio ligado (por norma na comercial) quando ando de carro. Distrai-me ouvir música variada. Não suporto nesta altura do ano a quantidade de anúncios de produtos dietéticos e anti isto e aquilo e que fazem emagrecer dia e noite e sei lá eu mais o quê. São imensos e cada vez que passam publicidade repetem duas vezes cada um dos milhentos produtos que fariam as delícias de muitos homens e mulheres. Chateia-me profundamente, mas fazer o quê? Mudo de estação de rádio e volto cinco minutos depois. Nesse entretanto meto à boca mais um quadrado de chocolate porque tenho uma linha a preservar.

segunda-feira, maio 19, 2008

Amo

Que bom que é saber que ninguém é perfeito. Amo a imagem da mulher que estava para ser apedrejada até à morte e a quem lhe foi salva a vida depois da frase "quem nunca errou que atire a primeira pedra". Temos todos episódios, frases, gestos, pensamentos ou atitudes que preferíamos que nunca tivessem acontecido, mas aconteceram. Umas reveladoras de quem somos, outras mal contextualizadas ou que saíram sem maldade ou que sairam por maldade num momento em que não se contém a impulsividade. Amo quando julgo e amanhã estou eu a cair naquele erro e que se calhar até nem era erro nenhum, mas eu julgava-o como tal. Amo quando quem julga engole em seco quando não conseguiu ser melhor que o comum mortal. Amo porque o outro tem uma pestana no olho e eu não vejo a venda que tenho a tapar os meus. Amo e vou continuar a amar enquanto eu continuar a julgar e enquanto os outros continuarem a julgar.

domingo, maio 18, 2008

Casados


Ontem foi o casamento. Um dia cheio de coisas boas, de pessoas bonitas, de boa disposição e de alegria. Assistíamos ao início de mais uma família na qual acreditamos e depositamos muita da nossa confiança. Dizia-me uma colega de trabalho esta semana "precisamos de famílias que valham a pena" e sei que aqueles dois amantes certamente farão a diferença pelas escolhas de vida que têm feito e continuarão a fazer. Um dia que certamente não sairá das nossas memórias tão cedo. Uma energia encontrada junto daquelas pessoas que desejo que sejam muito felizes. E felizes para sempre.

sexta-feira, maio 16, 2008

Coisas de gaja


Sou daquelas mulheres que feliz ou infelizmente acredita que consegue fazer quase tudo. Leio sobre os assuntos, observo quem sabe o que faz e experimento fazer sozinha. Só não corto o cabelo em casa por razões que me parecem óbvias, de resto atrevo-me a tratar de mim. Diz o calendário que amanhã tenho um casamento e resolvi tirar o dia para me entregar a profissionais. Nunca me tinha metido nestas coisas de manicures e pedicures, mas há sempre uma primeira e eu achei que esta seria uma boa altura para o experimentar. Em dia de folga pus-me desportiva de ténis e roupa larga e lá fui eu decidida.
- Bom dia menina, diga.
- Bom dia, quero fazer manicure.
- Agora?
- Sim, agora.
Lá me sentei confortável e esperei que tratassem de mim como mereço. Olhei triste para o reflexo dos meus nervosismos. Quem acaba sempre por pagar são as minhas mãos, não necessariamente as minhas unhas, mas encontro peles onde elas não existem e só faço asneiras com os dentes. Fiz um momento de mea culpa e pensei "definitivamente tenho de acabar com este mau hábito". Enquanto ela observava atenta as minhas mãos senti um misto de sensações: por um lado um orgulho das minhas mãos bonitas, por outro uma enorme desilusão porque as estrago quando as meto na boca quando as preocupações apertam. A solução? Tenho de me ver livre de todas as preocupações da minha vida (lol).
- Como quer pintar?
- Uma coisa discreta, com a ponta da unha em branco.
- Quer uma francesinha. Muito bem. - a francesinha dispenso, fico-me só pela manicure. Estes diminutivos ficam engraçados.
E lá estive perto de uma hora com ela a olhar para mim. Terminado o trabalho é hora de deixar secar.
- Esta é a parte pior - comenta ela - o verniz demora a secar, está com muita pressa?
- Não, nada (tirei o dia para isto, pensei para comigo.)
- O verniz só fica definitivamente seco ao fim de duas horas.
DUAS HORAS? Pensei eu... Andava mesmo a leste destas coisas. Fiquei uma meia hora de dedinhos estendidos.
- Cuidado - alertava a rapariga - não se esqueça que não pode tocar em nada porque ainda não está definitivamente seco.
- Sim, obrigada. Serei prudente. - saí com um sorriso e com os dedos todos afastados uns dos outros e de gestos controlados não me fosse (literalmente) saltar o verniz.
(Umas horas mais tarde estava na hora da pedicure. Sim, sim, hoje foi mesmo tudo a rigor)
- Boa tarde, era para fazer a pedicure.
- Sim, claro, sente-se nesta cadeirinha - adoro estes diminutivos, é o segundo do dia, ficam sempre bem.
Sentei-me e pus os pézinhos de molho, lá andou de volta de mim: uma para aqui, pele para ali, uma massagem e outra e pronto. Uma hora e qualquer coisa depois estava despachada e também precisei de uma meia hora para deixar secar o verniz. Este foi mesmo um dia para isto. Foi engraçada a experiência e o resultado.

quinta-feira, maio 15, 2008

Sem medo


De consciência tranquila. Sem medo do hoje ou do amanhã ou do ontem que não se evitou. Sem medo de errar porque errar é humano e é através do erro e da reformulação que crescemos, nos tornamos mais fortes e podemos um dia chegar bem perto da perfeição. Sem medo dos gestos e das palavras que saem por amor verdadeiro, gratuito e sem maldade. Sem medo de expressar o que vai na alma porque para a verdade tem de haver sempre espaço. Sem medo de bater a porta quando a solução é esta e não outra porque a vida fez-nos livres e quer-nos felizes e está nas nossas mãos a construção desta felicidade e contribuirmos positivamente para a realização daqueles que partilham as suas vidas connosco. Sem medo de expressar um sentimento nobre através de palavras e gestos, de revelar a dificuldade de uma perda, de pedir ajuda quando nos falta o ar ou pedir que alguém acenda uma luz quando as trevas e a escuridão nos impede a coerência. Sem medo de assumir um fracasso fruto das nossas próprias mãos ou vítima de uma conjuntura desfavorável. Sem medo. Sem medo. Sem medo.

quarta-feira, maio 14, 2008

terça-feira, maio 13, 2008

Cama

A cama que faço é a cama em que me deito, diz o ditado e muito bem. A cama que escolhi é doce e macia. Trato-a com cuidado e tenho-a sempre em ordem. Tudo faço para que seja perfeita, se mantenha ordenada e organizada. Quando me deito nela espero encontrar sossego porque é sossego que lhe dou. Quando me enrolo nela é conforto, consolo e verdade que procuro. Ela tem a forma daquilo que move a minha vida e quero para o meu amanhã. De tudo poderei abdicar menos da fidelidade ao meu coração e do seu desejo sincero de ser tudo em tudo o que faz, de dar tudo ao que encontra e ama, com inteligência e bom senso. Não quero dar só valor àquilo que perco. Quero todos os dias preparar a cama mais confortável que conseguir para pautar a minha vida de tranquilidade e relaxe e quando nela me deitar, adormecer com um sorriso quando reviver o que fiz e o que fui e perceber que tenho na medida desmesurada em que dei.

segunda-feira, maio 12, 2008

Amarelo


Esta noite perdi mais um fiel companheiro. Este nunca foi muito dado a proximidades, gostava de ficar na sua e quanto menos dessemos por ele, mais feliz ele ficava. Mas já fazia parte da casa e da nossa rotina, depois de partilhados quase dez anos connosco. É uma perda que sinto.

domingo, maio 11, 2008

Detalhes


Há detalhes que marcam. Há pormenores que transparecem algum requinte e bom gosto. Mas para conseguir reunir este conjunto que separará o vulgar do extraordinário não basta só querer, é preciso ser. A diferença faz-se na reunião e não na unidade.

sábado, maio 10, 2008

Broken heart


Todo o amor é eterno até ao dia em que acaba.
Apesar de eu não acreditar nisto.

sexta-feira, maio 09, 2008

E para a menina?


É um café cheio e com natas, por favor.

quinta-feira, maio 08, 2008

Rotina


Querido dono, olá, como estás? Escrevo-te este bilhete porque não posso verbalmente comunicar contigo. Quero agradecer-te pela rotina que partilhas comigo. À semelhança do que nos dizia o Principezinho, quando se aproxima a hora de me levares à rua já nem suporto a ansiedade que sinto. Sou-te grato e fiel, bem o sabes, mas coisas há que nunca são demais salientar e esta é uma delas. Tratas de mim, preocupas-te comigo e eu gosto de sentir o teu carinho. Estou agarrado a ti como a mais ninguém. Posso até aceitar satisfeito as festas de um estranho, brincar com mais alguém que se aproxima, mostrar-me irrequieto com a chegada de um familiar, mas ninguém nunca ocupará o lugar que te reservo. Devo-te tudo. Protejo-te sem que dês por isso. Na tua casa não entram pessoas indesejadas, tenho todos os movimentos controlados, nada me escapa. É o mínimo que posso fazer por ti depois de tudo o que fazes por mim. Obrigado por tudo e até logo. À hora que chegas do trabalho e que estou à porta à tua espera, em que pousas a pasta que trazes e agarras na minha trela e juntos vamos aos sítios de sempre, mas que não me cansam porque me basta a tua companhia e a concretização da nossa rotina.

quarta-feira, maio 07, 2008

terça-feira, maio 06, 2008

Doces sensações

Atreves-te a uma chuva de sensações granuladas e coloridas? Ela tem para te oferecer esta doce e estimulante experiência, desejando que seja tão bom para ti quanto para ela.

segunda-feira, maio 05, 2008

Sonhar


Muitos marcados e magoados pela vida questionarão se vale a pena sonhar. A desilusão por que já passaram impede-os de construir castelos no ar porque sabem que ventos inesperados farão cair por terra os sonhos que construiram. Sonha-se com um emprego ideal, com um salário razoável, um carro potente, uma casa vistosa, um melhor amigo sempre presente que não cobra e não julga, um companheiro/a que nos complete e seja eterno. Um amor que seja eterno. Uma relação eternamente feliz. Sonhar faz com que nos sintamos vivos. O sonho move o homem na concretização dos seus objectivos, é no sonho que carrega forças e energias que o impedem de desistir. É na realidade da impossibilidade de atingir estes sonhos que se reavaliam os critérios, as premissas e as exigências e nos tornamos mais flexíveis, mais conformistas, na verdade, mais realistas. Contudo, é no sonho que tudo começa e esse ninguém nos tira. Mesmo nunca o alcançando ele vive dentro de nós, é um motor que não devemos deixar ir a baixo.

domingo, maio 04, 2008

Maternidade



Em dia que se diz da mãe deixo um episódio curioso. Uma colega de escola sempre disse que planeava ter cinco filhos. Tinha tudo programado: pretendia deixar de trabalhar porque o marido felizmente tem um bom ordenado, capaz de sustentar uma família numerosa. Casaram e são, tanto quanto sei, um casal muito feliz. Há tempo encontrei-a e uma vez que já passa dos trinta anos e já está casada há algum tempo a conversa da descendência foi inevitável. Ela olhou-me muito séria e disse:
- Eu gostava, mas cada vez que penso em tudo aquilo que tenho de abdicar para ter um filho, questiono se valerá a pena. - Não esperava esta resposta depois de tantos planos e planos ambiciosos. Eu acho que vale sempre e vale muito a pena.

quinta-feira, maio 01, 2008

Sunshine


O sol quando nasce, nasce para todos.
Ele quando brilha, brilha para todos.
Ele sorri para quem lhe sorri também
porque os outros nem repararam que ele estava lá.