sábado, fevereiro 09, 2008

No baú das memórias


Hoje estava de volta das limpezas aqui no quarto e encontrei a minha pasta de finalista. Talvez porque a minha irmã também esteja quase a terminar o curso, não resisti a abri-la e a recordar cada palavra e cada pessoa que naquela altura fazia parte da minha vida e partilhou aquele momento comigo. Eram palavras de esperança, de coragem perante o futuro próximo que se aproximava, eram palavras de alegria e satisfação porque via concretizado um sonho. E foi de facto um momento de realização pessoal, de alegria extrema. Lembro-me que chorei nesse dia, lembro-me que até o meu pai chorou! Olhou para mim e virou costas para que eu não visse como estava comovido. Foi um dia em cheio. Cheio de emoções e cheio de sorrisos. Marcou o final de uma etapa sofrida e de privações. Marcou o princípio de uma vida de trabalho que até à data tem corrido bem e me tem realizado como pessoa e como profissional. Na vida vamos acumulando conquistas e derrotas, alegrias, desilusões, paixões, perdas... Um sem número de coisas que nos vai ocupando a mente e o coração. É sinal que estamos vivos e que vivemos com intensidade. É sinal que temos coisas e pessoas que amamos e que nos marcam, que deixámos que nos marcassem. A forma como vivemos estas coisas e estas pessoas depende do espaço e da importância que lhes demos ou que lhes damos na nossa vida. Muitas pessoas já desapareceram entretanto da minha vida, mas as suas palavras permancerão eternas naquelas fitas. As pessoas que ficaram são as que interessam e as que gostava que continuassem. São engraçadas e muitas vezes dolorosas as voltas da vida. Hoje não resisti a abrir a minha capa de finalista, sacudir o pó e olhar para o dia que marcou o princípio da minha vida como professora.

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