quinta-feira, julho 31, 2008

31 de Julho

Passamos um ano inteiro a sonhar com o verão. Suspiramos pelos dias quentes, pelas noites que apetecem, pelos gelados de três andares, pelas roupas frescas, por tudo aquilo que só o verão nos consegue trazer. E que bom. É finalmente verão, o último dia do mês de Julho e questionava-me agora como o tempo voa. Dentro de pouco tempo encher-se-ão de livros, cadernos e dicionários as prateleiras das papelarias e dos hipermercados. Há tempos reparei que as lojas já estão cheias de novas colecções de Outono que me causaram um misto de arrepio e de vontade de sair a correr porque a última coisa que me apetece ver neste momento é casacos, mangas compridas e calças de bombazine. Somos de facto um pouco o produto do comércio e das lojas que viciam o tempo e as nossas vidas desta forma. No fim de semana passado as lojas encheram-se de Outono e Inverno, numa altura em que provavelmente metade da população portuguesa ainda nem sequer entrou de férias quanto mais pensar em dias frios e folhas caídas. Tenho pena que nos acelerem o tempo desta forma quando ele naturalmente já nos foge tantas vezes de controlo porque andamos empenhados nas nossas tarefas e só damos conta do tempo que passa quando uma criança que não vemos há algum tempo se aproxima, em conversas de longa data de acontecimentos passados que afinal já lá vão 5 ou 10 anos e não 1 ou 2 como o tempo psicológico nos fazia crer. É a sociedade do amanhã em que estamos porque o ontem já passou e o hoje já foi programado ontem, importa de facto o dia de amanhã que amanhã será somente o dia do dia anterior num carrocel de anos, meses e semanas que faço para que sejam, pelo menos, muito felizes.

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