Passamos um ano inteiro a sonhar com o verão. Suspiramos pelos dias quentes, pelas noites que apetecem, pelos gelados de três andares, pelas roupas frescas, por tudo aquilo que só o verão nos consegue trazer. E que bom. É finalmente verão, o último dia do mês de Julho e questionava-me agora como o tempo voa. Dentro de pouco tempo encher-se-ão de livros, cadernos e dicionários as prateleiras das papelarias e dos hipermercados. Há tempos reparei que as lojas já estão cheias de novas colecções de Outono que me causaram um misto de arrepio e de vontade de sair a correr porque a última coisa que me apetece ver neste momento é casacos, mangas compridas e calças de bombazine. Somos de facto um pouco o produto do comércio e das lojas que viciam o tempo e as nossas vidas desta forma. No fim de semana passado as lojas encheram-se de Outono e Inverno, numa altura em que provavelmente metade da população portuguesa ainda nem sequer entrou de férias quanto mais pensar em dias frios e folhas caídas. Tenho pena que nos acelerem o tempo desta forma quando ele naturalmente já nos foge tantas vezes de controlo porque andamos empenhados nas nossas tarefas e só damos conta do tempo que passa quando uma criança que não vemos há algum tempo se aproxima, em conversas de longa data de acontecimentos passados que afinal já lá vão 5 ou 10 anos e não 1 ou 2 como o tempo psicológico nos fazia crer. É a sociedade do amanhã em que estamos porque o ontem já passou e o hoje já foi programado ontem, importa de facto o dia de amanhã que amanhã será somente o dia do dia anterior num carrocel de anos, meses e semanas que faço para que sejam, pelo menos, muito felizes.
quinta-feira, julho 31, 2008
quarta-feira, julho 30, 2008
terça-feira, julho 29, 2008
Dança

segunda-feira, julho 28, 2008
Expressões e origens

Calhou em conversa o "fuma como um cavalo" e esta expressão aguçou-me a curiosidade de pesquisar a sua origem. Encontrei estas que não resisto a postar aqui hoje:
- No tempo da Maria Cachucha - A cachucha era uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, ao som das castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando, até terminar num vivo volteio. Esta dança teve uma certa voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual, no séc. XIX, era usual as pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira.
- À grande e à francesa - Relativa aos modos luxuosos do general Jean Andoche Junot, auxiliar de Napoleão que chegou a Portugal na primeira invasão francesa, e dos seus acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala pela capital.
- Coisas do arco da velha - A expressão tem origem no Antigo Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arco-celeste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé: "Estando o arco nas nuvens, Eu ao vê-lo recordar-Me-ei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os seres vivos de toda a espécie que há na terra." (Génesis 9:16)
- Memória de elefante - O elefante fixa tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atracções do circo .
- Lágrimas de crocodilo - O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.
- Fila indiana - Forma de caminhar dos índios da América que, deste modo, tapavam as pegadas dos que iam na frente.
- Não entender patavina - Alguns estudiosos dão como explicação o facto de os portugueses terem dificuldade em entender os mercadores e os frades franciscanos patavinos, isto é, originários de Pádua (italiano Padova, latim, Patavium).
Mas não encontrei aquela que procurava...
- No tempo da Maria Cachucha - A cachucha era uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, ao som das castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando, até terminar num vivo volteio. Esta dança teve uma certa voga em França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual, no séc. XIX, era usual as pessoas do povo dançarem) era uma adaptação da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira.
- À grande e à francesa - Relativa aos modos luxuosos do general Jean Andoche Junot, auxiliar de Napoleão que chegou a Portugal na primeira invasão francesa, e dos seus acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala pela capital.
- Coisas do arco da velha - A expressão tem origem no Antigo Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arco-celeste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé: "Estando o arco nas nuvens, Eu ao vê-lo recordar-Me-ei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os seres vivos de toda a espécie que há na terra." (Génesis 9:16)
- Memória de elefante - O elefante fixa tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atracções do circo .
- Lágrimas de crocodilo - O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.
- Fila indiana - Forma de caminhar dos índios da América que, deste modo, tapavam as pegadas dos que iam na frente.
- Não entender patavina - Alguns estudiosos dão como explicação o facto de os portugueses terem dificuldade em entender os mercadores e os frades franciscanos patavinos, isto é, originários de Pádua (italiano Padova, latim, Patavium).
Mas não encontrei aquela que procurava...
domingo, julho 27, 2008
Paragem

Estive uns dias em silêncio por estas bandas. Uns dias sem computador ou Internet, desligada destes mundos. Também faz falta. Volto com a pele ligeiramente mais amorenada, com o coração cheio de amor e com um grande sorriso nos lábios. Sinto sossego, sinto calma e paz. É óptimo sentir-me assim tranquila. Limpar a alma e enchê-la de tudo o que importa. Refrescar a cabeça e encher os pulmões, suspirar de felicidade. Estes são, de certeza, os momentos da vida que realmente valem a pena. Os momentos da minha vida.
quarta-feira, julho 23, 2008
Avaliação de professores

Terminado o ano lectivo é tempo de ser chamada à escola para tomar conhecimento da minha primeira avaliação enquanto professora. Pois bem, chegada à sala do conselho executivo para a dita reunião tomo conhecimento que, segundo os parâmetros estabelecidos, a minha avaliação é de.... Excelente!
- Ena pah, melhor impossível, consegui o máximo, que sorte, que maravilha, que bom (e sinónimos afins) - penso para mim.
- Pois é minha querida - adianta-se a xô presidenta - mas como estas coisas são por quotas, o máximo que te podemos dar é bom de avaliação final porque vamos guardar as melhores notas para os professores efectivos, uma vez que és contratada e nunca sabes onde vais parar, não vale a pena dar-te mais do que bom porque é o mínimo para progredires na carreira. Vês, assim não sais prejudicada.
Palavras para quê....
- Ena pah, melhor impossível, consegui o máximo, que sorte, que maravilha, que bom (e sinónimos afins) - penso para mim.
- Pois é minha querida - adianta-se a xô presidenta - mas como estas coisas são por quotas, o máximo que te podemos dar é bom de avaliação final porque vamos guardar as melhores notas para os professores efectivos, uma vez que és contratada e nunca sabes onde vais parar, não vale a pena dar-te mais do que bom porque é o mínimo para progredires na carreira. Vês, assim não sais prejudicada.
Palavras para quê....
terça-feira, julho 22, 2008
sábado, julho 19, 2008
No dia dos meus anos

No dia dos meus anos lembro as festas de miúda, as brincadeiras de quarto escuro, as bochechas coradas do calor, os sumos que se bebiam e tinham outro sabor, as caras ainda jovens, a minha ainda infantil. Estava meses a pensar e preparar aquele dia. Hoje o dia acontece como há uns anos atrás, praticamente com as mesmas caras, mas mais marcadas pelo tempo que teima em correr ao invés de apenas passar. Continuo a reunir aqueles que importam, faço questão de estejam comigo e continuem a partilhar comigo esta data. O dia dos meus anos é e sempre foi um dia feliz, muito feliz. Hoje é um dia feliz, muito feliz.
sexta-feira, julho 18, 2008
The Story
Brandi Carlile - The Story
Hoje deixo uma música que me tem ficado no ouvido. Confesso que tive imensa dificuldade em perceber o que ela cantava, por isso decidi pesquisar a letra para poder cantarolar qualquer coisa porque me via apenas a emitir uns sons algo descoordenados porque, de facto, não entendia nada. Fica a música (e a letra) no final de mais um lindo dia de verão, quente, quente, muito quente.
ll of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you
I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you
Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
You do
I was made for you
You see the smile that's on my mouth
It's hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess
No, they don't know who I really am
And they don't know what
I've been through like you do
And I was made for you...
All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you
ll of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you
I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you
Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
You do
I was made for you
You see the smile that's on my mouth
It's hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess
No, they don't know who I really am
And they don't know what
I've been through like you do
And I was made for you...
All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you
quinta-feira, julho 17, 2008
Abraço

quarta-feira, julho 16, 2008
Anúncios
Escolhi para hoje dois anúncio que certamente já viram na televisão a alertar para o problema da sida. Eles agradam-me particularmente porque pela primeira vez (se não estou em erro) procura-se alertar para outro tipo de riscos que se correm. Já encontrámos anúncios que alertam para as relações temporários/espontâneas de verão. O primeiro anúncio chama a atenção para os núcleos familiares que se têm como fiéis e onde ambos estão (aparentemente) protegidos de contaminações indesejadas porque vivem em verdade enquanto casal. O segundo anúncio (que eu ainda não vi na televisão) começa a alertar para as relações desprotegidas noutras faixas etárias em que, até à data, quase nada se falava e, como eu já tinha referido num post anterior, tem-se revelado preocupante a quantidade de pessoas infectadas com sida com mais de 50 anos. Acho mesmo que não há idade para amar e não há certamente nada melhor que amar e amar com intensidade, mas amar com responsabilidade também porque nos tempos que correm um gesto, uma atitude irreflectida pode pôr termo a uma (ou mais) vidas.
Só tenho receio que a mensagem não se faça entender para todos. Ontem olhava atenta para o anúncio e quando ele acaba a minha mãe comenta "não percebi". Naquele momento percebi que infelizmente nem toda a gente atingirá o que se quer passar. Contudo, para mim não deixam de ser duas importantes chamadas de atenção.
Só tenho receio que a mensagem não se faça entender para todos. Ontem olhava atenta para o anúncio e quando ele acaba a minha mãe comenta "não percebi". Naquele momento percebi que infelizmente nem toda a gente atingirá o que se quer passar. Contudo, para mim não deixam de ser duas importantes chamadas de atenção.
terça-feira, julho 15, 2008
Belos momentos

Belo é o momento
em que dois olhares se cruzam e se penetram,
em que duas bocas se apressam a se juntarem,
em que quatro braços se confundem,
em que dois corações se colam e se sentem,
em que duas respirações se sussurram ao ouvido,
em que uma lágrima escorre de felicidade,
em que dois corpos se apertam um contra o outro,
em que o amor se revela e manifesta
quando juntou dois seres humanos para se amarem e serem felizes
em que dois olhares se cruzam e se penetram,
em que duas bocas se apressam a se juntarem,
em que quatro braços se confundem,
em que dois corações se colam e se sentem,
em que duas respirações se sussurram ao ouvido,
em que uma lágrima escorre de felicidade,
em que dois corpos se apertam um contra o outro,
em que o amor se revela e manifesta
quando juntou dois seres humanos para se amarem e serem felizes
segunda-feira, julho 14, 2008
domingo, julho 13, 2008
Silence

Estive silenciosa nos últimos dias. Raramente vim à Internet, foi um tempo mais dedicado à família. Da tal entrevista que falei aqui, fui seleccionada e fiquei de até amanhã decidir sobre o meu futuro para, pelo menos, este ano lectivo. Não contava que me dessem tantas condições, saí de lá muito indecisa. Ainda não me decidi, acredito que a almofada será boa conselheira esta noite.
quinta-feira, julho 10, 2008
Aparente fim de uma etapa

Hoje entreguei (finalmente) a minha tese. Sinto um misto de alívio, de medo, de cansaço, sei lá. Sinto-me muito cansada. Não é o fim, ainda a terei de defender se estiver à altura disso. Tenho também medo das burocracias da faculdade que já me deram uns amargos de boca. Pelo menos durante uma temporada espero não me preocupar mais com teses e revisões e pesquisas e tanto mais. Agora é tempo para parar.
quarta-feira, julho 09, 2008
terça-feira, julho 08, 2008
Belly dance

Bom dia (ou não)

segunda-feira, julho 07, 2008
Cântico ao amor

O amor é paciente, é prestável;
O amor não é invejoso,
Não é arrogante,
Não é orgulhoso,
Não age com baixeza,
Não procura o seu próprio interesse.
O amor não se deixa levar pala ira;
Esquece e perdoa as ofensas.
Nunca se alegra com a injustiça
E rejubila sempre com a verdade.
O amor tudo desculpa, tudo crê,
Tudo espera e tudo suporta.
1º Epístola de São Paulo aos Corintios
sábado, julho 05, 2008
Promessas

Ontem entre amigas falávamos de promessas. Joelhos esfolhados e caminhadas a pé. É natural que a conversa da religião seja muitas vezes inevitável porque não escondo a minha fé e a minha ligação à Igreja. Uma vez um padre disse-me "sabes, é muito mais fácil para as pessoas oferecerem o sofrimento do seu corpo, do que oferecerem uma conversão sincera do coração e a mudança daquilo que está mal nas suas vidas, dão o corpo ao sofrimento, não entregam a alma ao que vale a pena e pensam que desta maneira conseguem enganar a Deus."
quinta-feira, julho 03, 2008
Em jogo

Hoje fui chamada para uma entrevista de trabalho num colégio pelo qual tenho consideração. É verdade que é só uma entrevista, mas já é qualquer coisa. Não é que não tenha trabalho ou perspectivas de vir a trabalhar, é que nesta altura do ano é sempre a corrida do costume para antecipar o ano lectivo que se aproxima, na procura do melhor lugar possível. O problema é que raro tem sido o ano em que em Setembro/Outubro tudo não mude radicalmente. Surgem sempre novos desafios e ando sempre às aranhas sem saber o que fazer. Sabe quem me conhece que é enorme o aperto que sinto porque não há nada pior que uma indecisão e um coração dividido. Correu bem a entrevista, mas as entrevistas cansam-me. Sei que não posso fugir a elas e chegar a entrevista já não é nada mau, mas esta necessidade de falar de mim enquanto profissional, o que faço, o que sou, o que quero, o que espero, esgota-me. É rara a entrevista em que não saio com dor de cabeça. Esta certeza de estar a ser avaliada pelo que digo, pela forma como me visto, como olho, como ajo, como respondo é terrível, mas insisto, bem sei que é um mal necessário e saio sempre de lá com a sensação de ter passado por mais uma experiência e sair enriquecida de lá. Pode ser a minha mania de encontrar sempre um lado positivo de tudo o que acontece, mas vida para mim é encarada com este espírito. Nestes mundos de empregos e entrevistas o meu jogo é limpo, ponho todas as cartas na mesa à partida para que todos saibam com o que podem contar e saibam também aquilo que quero, assim nunca me poderão acusar do que quer que seja porque fui verdadeira e sincera. Não recorro a truques ou batotas porque se há coisa que não vendo ou entrego é a minha alma e a fidelidade aos meus princípios.
terça-feira, julho 01, 2008
Olha, onde é que estás?

Este ano na escola onde estava tinham o péssimo hábito de cada vez que ligavam para alguém perguntarem sempre "olha, onde é que estás?". Não só acontecia constantemente comigo, como vi fazerem a outros colegas. Eu detestava que me perguntassem isto porque de facto eu não tinha de lhes dizer por onde andava. Cumpria o meu horário, nunca faltei com uma responsabilidade e por isso irritava-me que estranhos me fizessem essa pergunta, apesar de saber que não era feita com maldade, mas não gostava. Dou contas da minha vida e quem eu quero e a quem faz sentido, daí que ter uma pessoa com a qual não tenho confiança com frequência a perguntar-me por onde ando me faça alguma confusão. Naturalmente a minha vontade era de responder "não tens nada a ver com isso" (e não tinha de facto), mas engolia sempre em seco e respondia com outra pergunta "mas o que se passa? Precisam da minha ajuda?" e assim contornava esta questão que me chateava tanto. Qualquer pessoa do meu círculo de confiança pode-me fazer essa pergunta, mas neste contexto ultrapassa-me parece-me despropositada. Quando hoje vejo uma chamada da escola no telefone e me dizem "olha, onde é que estás?" pensei para comigo, "já tenho post para hoje".
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