quinta-feira, maio 08, 2008

Rotina


Querido dono, olá, como estás? Escrevo-te este bilhete porque não posso verbalmente comunicar contigo. Quero agradecer-te pela rotina que partilhas comigo. À semelhança do que nos dizia o Principezinho, quando se aproxima a hora de me levares à rua já nem suporto a ansiedade que sinto. Sou-te grato e fiel, bem o sabes, mas coisas há que nunca são demais salientar e esta é uma delas. Tratas de mim, preocupas-te comigo e eu gosto de sentir o teu carinho. Estou agarrado a ti como a mais ninguém. Posso até aceitar satisfeito as festas de um estranho, brincar com mais alguém que se aproxima, mostrar-me irrequieto com a chegada de um familiar, mas ninguém nunca ocupará o lugar que te reservo. Devo-te tudo. Protejo-te sem que dês por isso. Na tua casa não entram pessoas indesejadas, tenho todos os movimentos controlados, nada me escapa. É o mínimo que posso fazer por ti depois de tudo o que fazes por mim. Obrigado por tudo e até logo. À hora que chegas do trabalho e que estou à porta à tua espera, em que pousas a pasta que trazes e agarras na minha trela e juntos vamos aos sítios de sempre, mas que não me cansam porque me basta a tua companhia e a concretização da nossa rotina.

1 comentário:

José Eduardo disse...

Se as pessoas tratassem os animais tão bem como estes tratam as pessoas, isso é que seria notável.