És um miúdo esperto, muito esperto. Sempre o achei. Há pessoas com as quais desenvolvemos mais empatia, não há nada a fazer: aceitamos e aprendemos a viver com isso, descobrindo a melhor estratégia para evitarmos revelar esta nossa afinidade. Não imaginava a maldade que está por detrás do teu olhar, o filme de terror onde acabaste por ser vítima, o fruto de um pecado. Custa-me a tua história porque já um dia me foi contada na primeira pessoa por quem, sem dó nem piedade, assume a brutalidade de um acto que comete com alegria.
- Sabes, é tão fácil enganar uma mulher.
- Desculpa, porque dizes isso.
- Porque o experimentei e é tão fácil enganar-vos.
- É, não é...
- É só eu querer.
- É só eu querer.
- Até um dia...
(até nunca)
- Sabes porque dizes isso?
- Porquê?
- Porque amas uma só pessoa neste mundo.
- Sim, eu sei. Eu próprio.
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