terça-feira, fevereiro 27, 2007

No palco da vida

A vida é um palco onde cada um é protagonista do seu próprio enredo e todos somos figurantes nas histórias dos que connosco se vão cruzando. Riquíssimo em cenários e efeitos especiais, representamos os episódios mais ilariantes e impensáveis. Rimos e choramos com vontade, representamos na perfeição. É uma espécie de longa metragem. O encenador não é muito exigente, só nos vai pedindo que caminhemos com precaução, usa-se da nossa consciência para nos fazer chegar uma meia dúzia de dicas e palpites sobre a nossa actuação. Outras vezes transmite-o através dos seus queridos figurantes que, de uma forma inteligente, captam a mensagem a fazem-na chegar ao protagonista. É tão intensa a forma como vivemos cada cena que, estou certa, que o público espectador ri e chora connosco, comove-se e arrepende-se das barbaridades que nos saem pela boca fora sem autorização. Ups, por auto recriação o protagonista lança-se numa intervenção que foge (e muito) ao guião que parecia ter-lhe sido atribuído, surpreendendo plateia e argumentista. Este depressa folheia as páginas que se perdem na baralhação das cenas e, claramente, aquela não aparece escrita em lado nenhum. Agora improvisa até eu refazer o texto, diria desconsolado com o rumo que foi dado àquela história. Como numa qualquer tragédia grega o público vai apludindo e sofrendo. História que não toque quem a escuta, não cumpre o seu objectivo.
É neste palco que tudo se vive. No teu espero que construas uma das mais belas histórias que a vida já conheceu. Eu lá estarei, na primeira fila, para a aplaudir.

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