segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Paragem

Fugi. Tem sido comum a necessidade de me tornar temporariamente invisível, de ser esquecida e esquecer. O habitual recurso a este retiro espiritual interno tem-me ajudado a organizar as ideias e a pôr os "pontos nos is". Não foi uma noite fácil aquela. Julgo que a primeira e única noite de directa na minha vida, o coração não descansou, os olhos não se mantinham fechados, sentia molas que separavam as minhas pálpebras ao ponto de elas sentirem a falta uma da outra.
Vira e tomba e volta a rebolar.
E nada. Nada que não as horas a passar e a penúmbria em que me encontrava.
Vira e roda e torna a tombar.
O torbilhão de ideias consumiam a minha inteligência e razoabilidade. Chateei-me a sério. Nem o peso de uma semana e uma mão cheia de responsabilidades se conseguia impôr a tanta confusão. A lógica e a razão enfrentavam a paixão, mas qual força sobrehumana que nos retira o tapete em três tempos e nos desarma. A minha mãe sempre me disse "é pior uma mulher atrapalhada que um homem bêbado". Assim me via eu, pior que uma barata tonta numa constante luta interna.
Vira e rebola e torna a rodar.
Sol posto, é dia. Depois desta tormenta, a tua mensagem que me rasga o sorriso e me deixa ainda pior. A explosão eufórica termina gélida com aquele telefonema temido. Notícias menos más permitem que o "brilhozinho nos olhos" se apodere daqueles que há vinte e quatro horas não sabem o que o descanso é. Faço e malas e abalo numa viagem que me transformou.

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