Deita-te aqui comigo. Sabes como me sinto confiante quando arrastas o teu braço forte para perto de mim e me tomas num abraço como jamais tive igual. Não me deixes aqui abandonada ao frio quando sabes que tens tanto para me dar e eu tanto para te oferecer. Saiste só porque me querias ver de longe, apreciar a forma que o meu tomou depois de teres aparecido. Julgo-o igual, mas tu dizes que não. Acha-lo mais irresistível, sedutor. Talvez tenhas razão. Aos teus olhos sou e serei o que tu também fizeres de mim, fizeres por mim. Gostas de me fazer esperar, por isso permaneces aí como um bom felino ou ave de rapina aguarda pela sua presa, a diferença é que eu quero esse ataque, aguardo por ele. É díficil suportar esse teu olhar, sou incapaz de te enfrentar. Nesta luta entre titãs sou o elo mais fraco. Estou a arrefecer, já pensaste na quantidade de coisas que estamos a deixar de viver só porque e apetece estar aí. Eu sei que não vês as coisas assim, para ti este compasso de espera alimenta a tua fantasia e aquece-me sem que ainda sequer me tenhas tocado. Ficas silencioso, comunicas só com a respiração. É impressionante a quantidade de coisas que me dás a conhecer sem proferires uma só palavra. Aumenta a ansiedade, por isso escondo a cara na minha almofada. Não sei se por vergonha, se para melhor respeitar o espaço que pedes e não te agarrar.
Quando menos espero, eis que vens de mansinho, como esse felino que se esconde entre as ervas secas e surpreende a presa. Tudo deixa de ter importância naquele momento. Só agora consigo dar valor àquela pausa. Tinhas razão.
Quando menos espero, eis que vens de mansinho, como esse felino que se esconde entre as ervas secas e surpreende a presa. Tudo deixa de ter importância naquele momento. Só agora consigo dar valor àquela pausa. Tinhas razão.
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