terça-feira, maio 15, 2007

Delicioso


É espantosa a vivência da paixão onde tudo sabe a pouco. O todo possível é sempre insuficiente para satisfazer a vontade insaciável dos amantes. Na ausência recordam-se os toques, as meias palavras e as verdades absolutas que permanecem no ouvido e aquecem o coração. O sorriso maroto de quem dá a entender que nada tem, mas que tudo possu, contagia quem com ele se cruza. Uns espreitam de esguelha com nuances invejosas, outros reconhecem-se naquela luz apaixonada e apaixonante porque também eles por lá já passaram. Talvez já não o sintam há muito tempo, pois as circunstâncias assim não o permitem, mas alegram-se com aquela inocente cegueira que passa de mão em mão, mas nunca se deixa agarrar para a eternidade. Nem é suposto que assim seja, ela é de tal forma intensa e esgotante, que certamente poucos ficariam para contar a história.

Degustam-se e apreciam-se os aromas partilhados. Adocicados néctares que a Natureza providenciou e que fazem as maravilhas de quem se ama. Sobrevive-se das promessas dos contos de fadas. Anseia-se pelo amanhã, que nunca mais chega, mas que certamente trará o alimento necessário para mais etapa de espera...

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