A expressão o meu marido, se analisada com cuidado, não só daria para uma excelente reflexão, como bem trabalhadinha até para uma qualquer tese sobre o assunto. A frase é a mesma, não muda, não tem de mudar, nem tem como mudar. Muda, e muito, é a entoação com que esta é proferida, as vezes em que é feita, os motivos que a evocam e o público alvo. Com naturalidade numa conversa trazemos aqueles que nos são mais queridos por variadíssimas razões, temos prazer e orgulho em falarmos sobre eles. A diferença reside em dizer-se no outro dia o meu marido chegou atrasado ao emprego ou o meu marido ligou-me para saber se eu estava bem porque passei mal a noite e dizer-se no outro dia O MEU MARIDO ligou-me porque passei mal a noite, ou ainda, O mEu MaRiDo fez isto e aquilo, o MeU mArIdO, o MEU marido, O meu MARIDO e por aí em diante. Nalguns casos mais gritantes os olhares femininos cruzam-se de imediato, nalgum tom de crítica, muito subtil como é costumes entre senhoras. A feliz contemplada com UM MARIDO fê-lo saber, a alto e bom som, para que não restassem dúvidas entre as presentes, as que por acaso passavam, as que estavam no corredor e as do andar de cima. Aquela senhora era uma premiada, foi importante sabê-lo.
Outros casos, não menos interessantes, são os daquelas que, por alguma razão, não viram oficializado o seu enlace e, por isso, estão juntas, amantizadas, em união de facto, ainda em fase de namoro prolongado, mas por acaso já a partilhar a vida. São várias as formas existentes para descrever a situação actual do casal, eu gosto particularmente do sou junta, não sou casada. Uma vez não tendo sido proferidas sobre as suas cabeças as palavras declaro-vos marido e mulher, principalmente a mulher, vê-se um bocado às aranhas quando se quer referir à sua cara metade. Ele não é meu marido porque não casámos, defendem-se algumas quando se nos escapa um então, como está o teu marido? Nestes casos são também curiosos os nomes por que são chamados: o meu companheiro, o meu namorado, o meu parceiro, qualquer coisa menos o meu marido.
Os homens para além de não complicarem tanto por Natureza neste tipo de coisas, têm a vida duplamente facilitada porque a minha mulher para aqui, a minha mulher para ali não ofende a ninguém e está o assunto resolvido. E é muito interessante porque não me recordo de nenhum episódio em que A MINHA MULHER alguma vez tenha sido efectivamente dito, com a intenção com que uma mulher o pode dizer.
São, de facto, dois mundos muito diferentes nalgumas coisas. Acho que parceiro, marido ou namorado importa é que as pessoas sejam felizes. Se se encontraram, que façam por perpectuar os compromissos que assumiram, com lealdade e, também, um pouco de humildade.
Outros casos, não menos interessantes, são os daquelas que, por alguma razão, não viram oficializado o seu enlace e, por isso, estão juntas, amantizadas, em união de facto, ainda em fase de namoro prolongado, mas por acaso já a partilhar a vida. São várias as formas existentes para descrever a situação actual do casal, eu gosto particularmente do sou junta, não sou casada. Uma vez não tendo sido proferidas sobre as suas cabeças as palavras declaro-vos marido e mulher, principalmente a mulher, vê-se um bocado às aranhas quando se quer referir à sua cara metade. Ele não é meu marido porque não casámos, defendem-se algumas quando se nos escapa um então, como está o teu marido? Nestes casos são também curiosos os nomes por que são chamados: o meu companheiro, o meu namorado, o meu parceiro, qualquer coisa menos o meu marido.
Os homens para além de não complicarem tanto por Natureza neste tipo de coisas, têm a vida duplamente facilitada porque a minha mulher para aqui, a minha mulher para ali não ofende a ninguém e está o assunto resolvido. E é muito interessante porque não me recordo de nenhum episódio em que A MINHA MULHER alguma vez tenha sido efectivamente dito, com a intenção com que uma mulher o pode dizer.
São, de facto, dois mundos muito diferentes nalgumas coisas. Acho que parceiro, marido ou namorado importa é que as pessoas sejam felizes. Se se encontraram, que façam por perpectuar os compromissos que assumiram, com lealdade e, também, um pouco de humildade.
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