segunda-feira, abril 14, 2008

Podia ser um dia como tantos outros



O céu para mim hoje estava branco e as nuvens que o coloriam eram cor-de-rosa, amarelas e cor-de-laranja. O dia tinha a cor do sorriso de uma criança e comida assemelhava-se a uma mistura de gelado de morango com chantili e gomas no topo. O sol aquecia como nos dias de verão e as pessoas não andavam atarefadas ou com cara de segunda-feira. Todas expressavam no rosto a alegria do Domingo solarengo com promessa de praia e boa companhia numa esplanada interessante. Os pássaros pousavam no meu ombro e sussurravam-me palavras de bom dia. Contavam-me também como é engraçada a vista do cimo de uma árvore. Troquei meia dúzia de gargalhadas com estas suas confidências a que poucos têm acesso. A estrada não tinha buracos ou trânsito, todos circulavam pacificamente e sem pressas. Os condutores cediam passagens e sorriam para os aprendizes que estão sempre denunciados pelos carros carregados de publicidade das escolas de condução e pela companhia algo suspeita que alguém que os acompanha com cara de instrutor. Não enganam ninguém. Quando cheguei a casa procurei um cobertor e adormeci quente agarrada a ele. Na televisão noticiavam as maravilhas e as alegrias do nosso mundo. As pessoas transmitiam as razões das suas felicidades, os políticos anunciavam as melhorias já sentidas por todos e os jornalistas sentiam-se especiais porque não continham em si a alegria de espalhar tanta coisa boa. O sol pôs-se como de costume, era chegada a hora de mais alguém voltar para casa. Fui acordada pelo beijo doce daquele com quem sonhava. Deitou-se ao meu lado e adormecemos os dois.

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