sábado, março 29, 2008

A vida num retrato


Se pudesse pôr em exposição os episódios mais marcantes da minha e que valem a pena certamente seria um momento interessante de se ver. Ontem andei de volta das minhas fotografias. Achei que lhes estava a dar pouca atenção, estavam ao abandono e não mereciam. Afinal, estão a tornar-me eterna, estão a tornar eternos aqueles que comigo partilharam aqueles momentos. As nossas caras ali permanecem como estavam. Com o tempo envelhecem, ganham novas formas, novas marcas que a vida se encarrega de nos trazer. É uma espécie de maquilhagem permanente que ganhamos por cá andarmos e cá continuarmos. Por isso comprei uns albuns, dei-lhes uns mimos e tratei de guardá-las. Estão agora com o destaque que merecem e com a dignidade que lhes é devida. Se pudesse forrava as paredes do meu quarto com as fotografias mais marcantes, faria deste espaço uma homenagem a tudo o que já passei e que faz de mim o que sou hoje: uma pessoa dita "normal". Mas não posso... Escolhi algumas e destaquei-as em espaços próprias comumente chamados de molduras e arranjei um quadro de iman que pus na parede e que, claro está, se encontra repleto de pessoas especiais. As outras mil que não puderam ter este destaque moram mesmo ao lado destas privilegiadas, mas numa estante e coladinhas umas às outras e olharem-se literalmente olhos nos olhos. Agora que as teno organizadas sei que as procurarei mais. Sei que mais vezes verão a luz do dia e far-me-ão sorrir de felicidade por tudo o que já passei.

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