é irresistível a forma meiga que apresentas, a serenidade nos teus passos firmes e suaves, deslizas quando te aproximas de mim e te roças nos meus pés. Depressa acorro a tocar-te também. Por uns instantes conseguimos uns momentos só nossos, num trocar de intimidades e cuidados que apetecem multiplicar. O teu olhar comunica o que sentes e é desta maneira que trocamos as nossas mensagens, que não se dizem, mas mostram-se e sentem-se. Terminado o tempo aninhas-te aconchegado e feliz. Também me encosto sossegada e feliz. Espero, esperamos ambos pelo nosso próximo momento.
Forcei-me nos últimos a não pensar em nada que tivesse a ver com escola, colocação ou não colocação, colégio ou externato ou escola pública: nada. A verdade é que amanhã (ou ainda hoje para os mais optimistas) saem as primeiras listas de colocação. Estas não me trarão grande novidade porque dada a minha posição na extensa lista, não fico colocada de certeza, mas isto significa o arranque de um novo ano lectivo e a incerteza do que me espera. Sinto logo um nó na garganta. Sei que Segunda-feira (em princípio) trará a definição da minha situação e por isso até lá farei por pensar o menos possível nisto, mas não pude deixar de comentar aqui a preocupação que, pela primeira vez, tomou conta de mim.
As palavras escritas talvez não signifiquem grande coisa ou coisa nenhuma, mas serão certamente um alívio à alma, um encarar da verdade, um oficializar de pensamentos. No fundo uma chuva de ideias que mais do que viverem no abstracto do pensamento, desejas que vivam concretas no papel. Muitas, inúmeros e incontáveis vezes vão parar ao fundo mais escondido de uma gaveta, ao infinito de um papelão que levarão estas mesmas palavras à reciclagem de outras e tantas outras que certamente farão parte de cabeças pensadoras que não falam, mas escrevem. Umas materializam-se em forma de carta, outras de diálogo, página confidente de diário secreto, em prosa ou poesia, não importa o como importa o porquê. Importas tu e as palavras que vivem dentro de ti e te saem da cabeça directamente para o papel. Importam as mensagens que queres passar ou queres apenas desabafar a um destinário qualquer, que mais provavelmente destinarás a ti próprio. Não por vergonha, mas apenas porque a ti pertencem. Não chores as palavras que guardaste ou deitaste fora, cumpriram a sua missão no momento em que as juntaste codificadas para ti. Para teu alívio ou tua satisfação.
És o ícone da noite, és influencia nas nossas vidas, ditas as marés e marinheiros, prendes os nossos olhares, delicias os nossos serões, espantas pela forma como te apresentas, deixas saudade quando não te encontramos, inspiras os amantes, és de tantos confidente, de outros tantos conselheira, de muitos outros motor de vida ou de morte. Não há quem nunca tenha parado só para te admirar: nos eclipses fixas atenções, cheia iluminas as noites escuras, transparente desafias-nos à tua procura. Não és indiferente a ninguém. Não és estranha. És a companheira fiel de todas as noites.
Há dias que nos reservam alegrias, sorrisos, boa disposição. Outros reservam-nos filas de trânsito intermináveis, semáforos vermelhos e condutores com pouca educação. Noutros o trabalho corre lindamente, noutros é só assim-assim, noutros então nada corre nada bem e só desejamos que acabe o mais depressa possível. Noutros dias estamos sozinhos no banco triste que também estava sozinho. Noutros dias há quem partilhe o banco connosco. Nuns dias as nossas mãos abraçam-se uma à outra sozinhas, noutras abraçam a mão que desejam abraçar. De manhã quando o despertador toca nunca sonhamos para o que estamos reservados. O dia hoje reservou-me uma chuva de sorrisos e boa disposição, um trânsito fluente e sem problemas, uma praia cheia de gente, uma mão bem abraçada, a melhor companhia do mundo e a alegria de um dia sereno e tranquilo porque é esta a vida que quero para mim. Tranquila, serena e contigo.
Descobri esta série da RTP há algum tempo e confesso a simpatia que sinto por ela. É uma série que representa a sociedade portuguesa em 1969 e, tanto quanto pude apurar, trouxemos a ideia de uma versão espanhola. O conceito é engraçado e a execução não fica atrás. Gosto particularmente do miúdo mais novo e das teorias daquela criança Da altura que tenta gerir o que vê, com a vida familiar, com a pressão da escola e natural influência da igreja e dos seus ensinamentos (e privações). Deixo um excerto do episódio.
Dança, dança bailarina que os pés escrevem poemas quando te deixas embalar pela música que toca na tua cabeça. Desenhas serpentinas nos teus suaves movimentos. Rasgas sorrisos e despertas invejas de quem queria voar como tu brincar como tu ser livre como tu és livre quando calças as tuas sapatilhas e te deixas levar pela música que toca na tua cabeça.
Ouvi esta música no rádio e não queria acreditar nesta letra. Só se lembram de passar ideias estúpidas. Fez-me lembrar os Morangos com Açucar que vi esta semana. É raro, mas uma vez no ano e sempre nas férias (porque será?) vejo para ficar com noção do que lá se passa. Esta semana uma rapariga raptou o rapaz e queria engravidar dele. Enfim, conhecidos e reconhecidos os problemas de gravidezes na adolescência e sabida a vulnerabilidade destas idades e a intensidade das paixões que vivem (e a dificuldade em medirem as consequências reais daquilo que fazem) dão estes exemplos. Não podia deixar de aqui comentar a minha preocupação. Deixo a música e a letra.
This was never the way I planned Not my intention I got so brave, drink in hand Lost my discretion It's not what, I'm used to Just wanna try you on I'm curious for you Caught my attention
I kissed a girl and I liked it The taste of her cherry chapstick I kissed a girl just to try it I hope my boyfriend don't mind it It felt so wrong It felt so right Don't mean I'm in love tonight I kissed a girl and I liked it I liked it
No, I don't even know your name It doesn't matter Your my experimental game Just human nature It's not what good girls do Not how they should behave My head gets so confused Hard to obey
I kissed a girl and I liked it The taste of her cherry chapstick I kissed a girl just to try it I hope my boyfriend don't mind it It felt so wrong It felt so right Don't mean I'm in love tonight I kissed a girl and I liked it I liked it
Us girls we are so magical Soft skin, red lips, so kissable Hard to resist so touchable Too good to deny it Ain't no big deal, it's innocent
I kissed a girl and I liked it The taste of her cherry chapstick I kissed a girl just to try it I hope my boyfriend don't mind it It felt so wrong It felt so right Don't mean I'm in love tonight I kissed a girl and I liked it I liked it
O dia hoje foi mais uma vez para mim. Dediquei-me às mais femininas acções da depilação à unha pintada até ao desfile por casa de vestido e salto alto. Amanhã é dia de festa.
Há lá imagem mais feliz e mais doce que a de uma criança que descobre o mundo, explora o espaço, interpreta as imagens, cria o que vê e o que sente e se multiplica em ternura e inocência. Nós que vemos, somos invadidos e contagiados por elas. Somos crianças outra vez.
Parece que estou de volta outra vez. Queria ter aqui anunciado a minha ausência para umas férias merecidas. Na verdade foram só uns dias fora, uma ida até terras algarvias. A verdade é que o "nosso" cantinho no Algarve é calmo, mesmo nesta altura de congestionamento. Os dias foram muito bem passados, a praia estava excelente e o coração cheio de coisas boas. A cabeça ficou limpa, sem nada, exactamente como eu queria. Estou de volta e em mim carrego uma paz indescritível. Sim, outro momento de paz. Que bom encontrar-me e reencontrar-me comigo e com a paz com que desejo viver. Estou irremediavelmente feliz.
O post de hoje foi sugerido por dois amigos (e por isso é-lhes dedicado). Neste site temos a possibilidade de escrever uma carta que será guardada pelo site e posteriormente ser-nos-á enviada na data que desejarmos (um ano depois, 2, 3... Enfim, a data limite é 2037). A ideia é de recebermos algo escrito por nós próprios, numa altura em que já nem nos lembravamos que o tinhamos feito e somos surpreendidos por nós próprios, por aquilo que éramos, pelo que fazíamos, tudo dependerá do conteúdo da nossa carta. A experiência parece interessante, apesar de poder acarretar alguns problemas se, por exemplo, formos muito pormenorizados ou entrarmos em detalhes expectativas para o futuro e desejos que, anos(s) mais tarde quando recebemos, percebemos que não se concretizaram causando alguma frustração ou desânimo. Fica a sugestão para quem se quiser aventurar e a divulgação do site que nunca é demais saber o que a Internet tem para nos oferecer: http://www.futureme.org/
As discussões entre pessoas que se amam são das mais dolorosas que há. A razão é simples, as trocas de palavras e argumentos magoam efectivamente muito porque as pessoas são especiais e dizem-nos muito. A mesma conversa da boca de um estranho ser-nos-ia indiferente, dita por este alguém dói, ofende e custa muito a perdoar. Esta é uma situação igualmente complicada de gerir porque há pessoas que tendo consciência disto aproveitam-se para magoarem ainda mais. É eu ter uma pedra na mão e saber que se a atirar à cabeça de uma pessoa com quanta força tenho que de certeza o deixarei muito mal tratado e ainda assim o faço consciente e com intenção. O resultado é naturalmente o pior possível por isso não sei se vale a pena entrar neste tipo de jogo em nada produtivo (bem pelo contrário) e tão desgastante para ambas as partes.